Este tipo de TT aproxima-se um pouquinho mais do que eu mais gosto de fazer, se bem que pedra pura e dura é sinónimo de muita despesa, não só em termos de preparação, como também no que respeita ao desgaste e danos no jipe. A pedra ganha sempre.
Estes homens dos vídeos estão a anos luz do TT que pratico. Estes são uns autênticos profissionais e com jipes com preparações brutais e muito vocacionadas para o chamado "Rock Crawling", ou Rock Climbing.
No mínimo acredito ser aconselhável:
Relação da caixa de transferências mais curta, ou incorporação de uma segunda redutora, super reduzida. Isto possibilita atacar os obstáculos a uma velocidade reduzidíssima com o máximo de binário disponível e praticamente sem utilizar a embraiagem. Não há embraiagem que resista muito tempo a este tipo de TT se estiver a ser constantemente utilizada.
Redução das relações de diferenciais. No meu GR de Portugal, troquei os grupos cónicos de origem (4,65) por outros mais reduzidos (5,43) e o resultado é muito satisfatório em termos de disponibilidade de binário mais cedo, compensando no processo o aumento do tamanho dos pneus. Serve para o mesmo propósito do ponto anterior.
Uma suspensão com grande capacidade de articulação e que permita que o chamado "cruzamento de eixos" tenha um grande curso, adaptando-se assim muito melhor aos altos e baixos dos obstáculos de forma a ter o máximo de contacto e de "grip" possível em qualquer altura.
O capítulo suspensão, para este tipo de TT, transforma-se numa
enciclopédia, da qual eu só ouvi falar...
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] Uns pneus específicos para rock crawling de elevada aderência e maleabilidade, muito resistentes ao corte e que possam ser utilizados com pressões muito baixas (às vezes inferiores a 0,5 Bar) que garantam uma maior aderência e que se moldem à superfície da rocha. Para este tipo de pressões de pneumático, normalmente as jantes estão equipadas com um sistema "bead-lock", que mais não é do que um aro na jante que previne o descolamento do pneu.
Bloqueios de diferencial accionáveis a 100% quer à frente, quer atrás e se aplicável também no diferencial central.
Em termos de motor, o ideal é ter motores com muito binário a baixa rotação. Normalmente os motores mais rotativos não são muito indicados porque se pretende controlar a rotação de forma suave sem solavancos. Em termos de preparação a esse nível, não posso adiantar muito dadas as minhas francas limitações na área. Em Portugal, por exemplo, no GR estou a adaptar um turbo de geometria variável que substituirá o turbo original, tendo em vista obter uma maior disponibilidade de binário a rotação mais baixa. Há outras alterações que se costumam fazer para esse efeito que envolvem alterações nas touches, árvore de cames, bomba injectora com maior débito, turbo com pressões maiores, etc...
Complementarmente, há que montar uma série de protecções para que os danos provocados pela progressão sobre as pedras sejam minimizados.
Isto vai desde pára-choques de ferro, barras de protecção lateral para "rock sliding", roll-bar e roll-cage (vulgo Santo António, para protecção em caso de capotamento), protecções de cárter, depósito de combustível, caixa de velocidades e de transferências, coquilhas de protecção nos diferenciais, entre outras.
O rock crawling puro e duro é para mim a vertente mais dura do TT de trial. Duro em termos de grau de exigência técnica, de preparação das máquinas e para a carteira também!
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] Recordo que não sou especialista na matéria, apenas um curioso...
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